Rapunzel

Quando eu me casei fui morar no interior do Paraná, não foi uma época muito fácil, porque além da "frieza da cidade" aconteceram fatos no mínimo sinistros.Vou contar um.

No apartamento que eu morava haviam três janelas que se abriam para um Vão e este por sua vez era a comunicação com o mundo lá fora, por onde circulava o ar. Um belo dia resolvi limpar as benditas janelas, então passei uma cadeira para o glorioso Vão e me coloquei a limpar.

Primeiro foi o vasculhante do banheiro, depois a jnela do quarto de empregada e por último a do quarto de solteiro, num rompante de genialidade resolvi fechar a última janela aberta e adivinha?
Fiquei presa no Vão. Ficamos eu a cadeira e o balde

Primeiro me fiz de forte " eu vou abrir essa janela" mas as tentativas foram inúteis , depois entrei em desespero "tenho que sair daqui, fazer o almoço, em 2 horas o Fa chega", chorei...... chorei .........chorei........, pensava "minha vida é uma merda", enfim reconheci que ia precisar de ajuda, foi então ue eu resolvi olhar pela janela do Vão que era coberta por uma tela verde, lá embaixo avistei o jardineiro da vizinha, e gritei...........gritei........... gritei:
- Mooooooooooooooooço, mooooooooooooooço, moooooooooço!!!
Ele depois de muito procurar de onde vinha aquela voz do além me avistou:
-Moooooooooooooooooço eu to presa!
-Heeeeeeeeeiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnn?
-Eu to presa moço!
- O que aonteceu?
- Eu entrei aqui e tranquei a janela. Liga pro meu marido! (enquanto eu falava também chorava)
- Espera ai (como se eu fosse pra algum lugar!) que eu vou chamar minha patroa!

Na janela apareceu uma velhinha e a conversa se repetiu, até que ela anotou o número do meu marido e ligou para ele.

No trabalho dele atendeu um subordinado que repassou o recado da seguinte maneira:
- Ligaram pra cá pedindo pro senhor ir soltar sua esposa.
- Soltar minha esposa?
- Disseram que ela está presa em casa. Porque o senhor prendeu sua esposa?
Ele saiu ancioso tendando desvendar o mistério, mas enquanto a notícia se espalhava e o comentário geral era que o coitado havia me prendido em casa.
Passados uns vinte minutos ele chegou, passou direto pelas três janela e foi me procurar pelo apartamento, que era grande, até que eu meio anestesiada e aos prantos resolvi chamar por ele.
O final da história? Meu príncipe me resgatou, mas ainda passei por muitos outros apertos.

Outro dia conto mais.